terça-feira, dezembro 11, 2012

Poema irritadiço

Não sou eu quem vai
escrever a última rima
pra você, turista literário
vir tirar foto e fazer pose
de que entende do que eu digo.
Meu verso tem arestas
e tangentes
corta estreito e fere torto
tome tento, sujeito decente
que se te pega essa palavra
faz de ti coisa pouca
faz de ti sujeito comum.
Minha poesia não te pede licença
nem quer te servir de amuleto.
De beleza nem o intento
de erudito só a farsa.

Por isso vou assim, eu com minhas tralhas
e me deixe ser poeta
porque na hora que a coisa apertar
é meu verso livre que te olha na cara
e te dá o beijo de redenção.