segunda-feira, maio 13, 2013

Ao mar, quando embarca meu sonho

Ao mar, quando embarca meu sonho,
Lanço desejos com ambas as mãos.
Mas as ondas tragam e devolvem
Restos de possibilidades em carcaças de conchas.
Um pensamento naufraga:
Disperso entre os delírios das águas.
Uma ave sublinha o céu
- Perdi, certa vez, a inocência do olhar
E alguma poesia dos gestos que se continham
Também escapou voando.
Recordo-me da ausência sentida
Um silêncio atravessava a sala
Ao meu lado, no aparador,
Repousavam objetos do tempo.
Vivi, como se vivem as circunstâncias
Agarradas ao espaço a elas destinado.
Agora, meu sonho partiu novamente:
Aceno:
As ondas tragam e trazem
Murmúrios que se encalham.