As palavras não são como putas, que,
com alguns (versos) trocados,
as colocamos na posição que quisermos.
A palavra não deve ser forçada à rima.
O poeta é como um alfaite: tira as medidas,
ajusta, corta, costura.
Quem escolhe o tecido e o modelo é a palavra.
A palavra não deve ser escrava do poeta.
As palavras não estão nas prateleiras, em mercados.
Não basta pegarmos, colocarmos numa cesta
E juntá-las, ao final. Não se compra poesia.
A palavra não deve ser feita à poesia.