terça-feira, fevereiro 12, 2013

Poema para plantar


Compreendo um poema
Que vá crescendo em tuas
Mãos nodosas
Rarefeitas e dinásticas
De trabalhador – inquilino do tempo
Para depois libertá-las
Das circunstâncias de uma vida
Árida paisagem grave
Para depois deixá-las
Maquinando formas
Pássaros, quem sabe?
Representando ilusões
Destemidas mãos de homem
Rude e conformado
Um poema que seja terra
Não demarcada
Livre de cercanias
Palavras versos e vozes
Desmembrando as opressões
Que se exercem sobre os nós
Das nossas cordas vocais
Tão cansadas de (ex)orar
Por um poema que seja
Humano e delicado
Lido um poema
Para nos mananciais dos modos
Ser vida sonho & refúgio.