quinta-feira, julho 28, 2011

Um poema livre

É cedo ainda. Ou será tarde?
O futuro me avista com uma de suas máscaras:
Não é carnaval. Ou será sempre carnaval?
Um poema me escreve.
Em minha cabeça se inserem
palavras destinadas à confusão.

Te escrevo um poema.
Você rasga, lê, guarda, mastiga.
Você deglute.
É cedo ainda e sempre há tarde.
Noite que não chega:
O futuro me procura com seus olhos desconfiados.
Fujo para os bares.
Um poema me consome.
Em tua cabeça, caras e bocas.
Você me rasga, vê. Você me joga fora.
Foda.
Você me engole como quem engole um passado franco.
E o futuro me espreita pelo buraco da fechadura:
A porta me guarda o presente.