quinta-feira, março 01, 2012

Cristo sem braço

Empoeirado,
em gavetas burocráticas
que pedem socorro, está
o Cristo sem braço.
Abraça o Rio
de Janeiro, Cristo.
“Abre teus braços
e canta esta última esperança”.
Perdido entre processos
e protocolos, está o velho Cristo
de dois mil anos atrás,
já enferrujado
pela displicência
dos homens engravatados
que passam arquivados
em velhos costumes.
Cansado
de mudar o mundo, Cristo.
Piedoso, ora pro nobis.
Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.