sexta-feira, janeiro 28, 2011

Poema Para Quando Você For

Te vejo saindo dos meus braços.
Será de outro, que tanto necessite de ti.
Irá e percorrerá o corpo desconhecido.
Irá, e fará pulsar outro coração,
Que só baterá por sua causa.
Mas ainda sobrará você em mim,
Não como lembrança, mas como vida,
Porque é de você que preciso pra viver.
Em ti há o mistério,
O rubro mistério,
O mistério da partida, chegada, rubro amor.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Fragmentos.

"Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça
O que é bonito..."

(Lenine - O que é bonito)

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Poema Artesanal

                                       à Allê Rodrigues

No que toca ao tempo
Quem te vela é a vida.
Quando cinge o amor
Quem te tange é o sonho

E a poesia cotidiana,
Que te faz artesã
Brinca entremoldurada

Louca, desavisada
Quase pagã
Quase cigana
No teu laboratório místico.
Da cera que vira vela
Se vale a poesia que vira voz.
E o fogo dança na corda bamba que é o pavio.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Fragmentos.

"A poesia, sabe? Acho, naturalmente, que nada existiria de mais belo, se ela fosse verdadeira, se os poetas pensassem tudo o que dizem. Mas muitas vezes ninguém é mais interesseiro do que essas pessoas. Sei o que digo, eu tinha uma amiga que amou uma espécie de poeta. Em seus versos, ele só falava do amor, do céu, das estrelas. Ah! Como foi enganada! Ele lhe devorou mais de trezentos mil francos."

(Odette, personagem do livro "um amor de Swann", de Proust)

terça-feira, janeiro 11, 2011

Soneto de um dia.

                                                 à Thaísa Soares

E você diz "viajar é preciso".
Sob um céu de promessas,
Uma vida que te interessa.
Ao encontro de um novo riso,

De novas gentes, novos lugares.
Você quer partir: outro rumo
Lá fora, novo sol, e o sumo,
Um gosto, a intenção de amares,

O barulho das ondas, da brisa,
É a claridade dos dias estrangeiros
Onde há versos mensageiros.

E, tudo o que se precisa
O tempo nos dá, e nos avisa
Que dele somos companheiros.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Fragmentos.

-Se tudo é imperfeito, nesse mundo imperfeito, então o amor é perfeito em sua imperfeição.

(O Sétimo Selo, Ingmar Bergman. 1956. Fala de Jöns)