quinta-feira, maio 20, 2010

Fragmentos

Tua mão em desatino sobre a minha solidão.


=/

Quem havia de dizer - Oswaldo Montenegro

domingo, maio 16, 2010

Senhora.

Urubus brincam sobre sua carcaça, mulher.
Assim, com as asinhas em movimento e
os biquinhos negros, mordiscam tua carne rígida.

Teu playground - virtus et sapientia - está cheio
de vermes, dos mais delicados aos mais científicos.
Levanta-te, arqueada.

Onde estão tuas muletas?
O que há com teus doutos olhares?
Tu, mulher, engasgar-se-á com teu próprio vômito.

Ó, espaço do saber!
Ó, cidade infecunda!
Atira-te ao degredo, desagrada!

E vós, estruturalistas,
vós, analistas, teóricos da poesia,
vós, que, imundos, lotam de palavras torpes
textos tolos, técnicos e tolhidos
de toda criação, que parasitam esta velha senhora, como
fungos e bactérias, deixeis que venha o dia súbito.

Pois há de chegar o dia da loucura.
Pois há de chegar o dia em que o juízo será lançado aos porcos.


Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo... deixe-me com os meus.

domingo, maio 09, 2010

Fragmentos.

Nos intervalos da guerrilha,
Dentro do grande silêncio.
Vontade de ver o som
Alguém sapateia do meu lado
Alguém está aqui
Aqui do lado
Aqui na alma
Relendo textos,
Queimando cartas
Flores do mar vermelho
Água dos meus olhos
Vontade de ver de novo
Saudade.
Saudade!
Memória,
Certeza.
Não estou vazio,
Não estou sozinho,
Pois anda comigo algo indescritível.
Não estou vazio,
Não estou sozinho,
Pois anda comigo algo indescritível.

(Lirinha)