sábado, fevereiro 16, 2013

A pipa (ou cena de uma tarde)

uma pipa vermelha
desvenda o céu
ensaiando um passo
de baião
balança fragilmente
assoprada por ventos quaisquer
e respira
embora lhe puxem à terra
e sonha
um sonho de pipa
- encerado
assoviando uma velha canção
para nuvens que se esparramam
e se coram de tarde
uma pipa vermelha
é um coração na minha poesia
que desatina infância e asas inventadas