quarta-feira, março 02, 2011

Céu

Tuas pintas são estrelas
No teu corpo-firmamento.
Se pelo dia tu me clareias
Com teu riso em luz,
É à noite que falo a ti
E me respondes, num marulhar doce,
Qual vida celeste:
Canções desabitadas vêm nos visitar.
Adio um poema,
Esperando o momento de me juntar a ti,
E, quando súbito, o instante chegar,
Vagarei sem órbita sobre teu corpo,
Sobre teus mistérios, pedindo-lhe apenas
Que me deixe pousar sobre teus segredos.
As tuas nebulosas, teus astros,
Serão minha poesia cotidiana.
E tu, mandando-me estrelas cadentes, 
Num céu marcado por desgovernadas paixões,
Me abrigará ínfimo: poeta e sonhador.