sábado, novembro 21, 2009

Alguma nota introdutória, para algum poema perdido.

Talvez não chegue tão longe. Tenho forte receio de não ser o que faço, muito menos o que penso ser. Não tenho escrito nada. Perdi a mão, como se diz. Creio mesmo nunca ter escrito nada. Alguns esboços, outros rabiscos, céus onomatopéicos, dias quaisquer... Não precisa de muito para ser pouco. Não participei de um gênero literário e, às pressas, tenho feito uma poesia idealista. Dizem-me que "é fase". Às favas! Me falta alguma "ânima poética". Algum des-sentido coerente. Tenho emboscado o delírio. Qualquer coisa assim:


Um poema à beira da loucura
Cinge um rosto, um pranto,
E abriga uns fuzis desconsolados
Que de sangue fazem um manto:
Nas pátrias os soldados
Nos biombos e barricadas, 
Trincheiras e toucadores
O que se vê, são só horrores,
Nas praças, calçadas
À falta de amores 

Morrem homens desnudados.  

Um poema à um passo da mentira.
Tanta poesia, se me vira, 
de desgosto se fartará.