quinta-feira, novembro 11, 2010

Ora

o sangue que me toma a boca
é a minha poesia cotidiana
que me insurge o peito
que me escandaliza o pranto
que me escraviza e goza em mim.
a boca que sugere o cigarro
que me impede o morno sorriso
brinca sobre um tecido vermelho-decomposto
Ora (direis) ouvir estrelas!
hora de expiar, berrando murcho sobre a lajota encerada
poesia encerrada
Ora, direi, ouvi o sexo repugnante dos astros
                          [anarquistas vagando apáticos pelas rotas dos gemidos infantis.
febril canção dos odiosos ratos que se vingam e se vendem
à poesia que me toma a língua e me dá de comer:
EU, doido nome em vão
EU, vísceras encruzilhadas
EU: antibiológico, antibiônico, antibiótico,
Oro ao deusimbiose doente e desvirtualizado