sexta-feira, janeiro 25, 2013

Polaroide

ando vestido de ti
verde & azul
íris refletindo o mar
e as ondas do tempo
que vem
e que vão
voltam
às circunstâncias
que nos levam para longe
mas há qualquer coisa em tuas mãos
quando seguram as minhas
e já não bastam as horas
e a ressaca das nuvens à tarde
não falam as bocas do sol
apenas tuas palavras incrustadas
nessa minha carne
teus passos
imprimirás no meu destino
e  os braços da vontade nos
dando alento
saberás que te encontro em mim
pois ando vestido de ti
verde & azul
como as cores que sonhamos
juntos
nas composições desse retrato
que se revela
aos poucos
como um beijo no tempo esperado.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

De repente, Calêndula

Teu gosto é de terra.
Te chamo lonjura
Saudade anunciada
Pé-de-flor crescendo
Em meio a tanto mato.
Tens a cor do meu sol
Adubo um beijo em
Tua boca distante.
Abrevio meu verso
Para caber direito
No teu colo, tua pétala
E destino, às sementes
                    [do tempo,

Um revolver de sorrisos.


segunda-feira, janeiro 07, 2013

Madrigal para se crer

antes de surgir o tempo,
éramos famintos, arcaicos, crianças
dançávamos sobre os braços cruzados
                                               [da história
e, assoviando à tez do dia, fomos inteiros.
por trás dos dentes da noite
vibramos como notas como pele como
íris assimilando as cores do desejo
e depois descansamos, à sétima aurora,
sobre a relva das palavras que inventamos.

antes de fugir o tempo,
pegamos carona em ventos estrangeiros
e beijávamos a boca do chão
porque o que nos abrigava
era rota, estrada, caminho
um pássaro cruza a vertigem
das possibilidades:
e nós, céleres, partimos rumo
ao inexplicável encontro de acasos.

olhe: há um redor que nos ofusca.
arremedo de mãos, toques na mais
presente circunstância.