sábado, dezembro 10, 2011

Fragmentos


A situação de desterro, de si mesmo e de seus semelhantes, leva o poeta a adivinhar que só ao tocar-se o ponto extremo da condição solitária cessará a condenação. Porque ali onde parece que já não há nada nem ninguém, na fronteira última aparece o outro, aparecemos todos. O homem só, lançado a esta noite que não sabemos se é a da vida ou a da morte, inerme, perdidos todos os liames, descendo interminavelmente, é o homem original, o homem real, a metade perdida. O homem original é todos os homens” (Paz, 1976, p. 85-86).