quinta-feira, novembro 01, 2012

Ao poeta que não vivi

Não daria tempo, Drummond
- com as mãos vazias
de te encontrar em um
poema.
A gente se perde
em cada vazio de mundo
que, quando nos damos por nós,
já veio o futuro
à galope
trazer um anúncio decodificado
em palavras outras.
E não há mais como,
meu velho Carlos,
te dizer
como um anjo torto que se soubesse infante
um verso de despedida.