terça-feira, setembro 03, 2013

Ecrã

Bruxuleavam meus olhos
Respaldados pelo pianíssimo
Que se concentrava
No embargo de minhas orações
Na meia-luz do meu ecrã
No quase transponível gosto

- Outrora me abrigavam as diásporas
Arames; farrapos de condições
E rompíamos o acaso, os muros soletravam
Palavras de ordem. Lembras-te?
E o mundo
(não o cantamos!)
Construiu para si arranjos
Incompreensíveis -

Das revoltas.
Não poderia eu
Poeta, sobretudo gente,
Parar as máquinas engrenagens ameaças
Nem compor um verso livre
Embora humano
Que pudesse salvar o mundo.

Apenas um sussurro,
Minhas mãos de menino, em conchas,
Anunciando o gesto
Pouco delicado
Quase surdo
Do tempo de nós.