sexta-feira, abril 15, 2011

Fragmentos.

"(...)Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra - Talvez por isso, quem sabe?(...)"

"(...)enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Mas tão lentamente que eles mesmos mal perceberam(...)"

"(...)Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro e vice-versa. Como se houvesse, entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia(...)"

"(...)Também vieram histórias pessoais, passados, alguns sonhos, pequenas esperanças e sobretudo queixas(...) De muitas coisas falaram aqueles dois nessa manhã, menos da falta um do outro que sequer sabiam claramente ter sentido(...)"

(Aqueles Dois - Caio Fernando Abreu. In. Fragmentos.L&PM.2010)