domingo, agosto 01, 2010

Ao Neruda, amigo desconhecido.

Fostes tu, Neruda, ou fui eu?
Que descompassou a música
Que enterneceu a pedra
Que abismou o céu?
Fostes tu, Neruda,
Que me cantou a poesia.
Fostes tu, Neruda,
Que me acompanhou nos versos.
Fostes tu, Poeta,
que me auxiliou na caminhada do amor.
Fostes tu, Neruda, não fui eu.
Mas fui eu, Neruda,
Fui eu quem me perdi
Fui eu quem rasgou poemas teus
Fui eu, Neruda, quem te odiou.
A ti, amigo desconhecido,
Dedicarei versos tolos e mal construídos.
A ti, tão belo. Tão homem.
Neruda, meu caro, nos perdemos nas palavras.

Eu, mole.

Eu mudo o mundo, o modo
Eu mando o medo à Marte
É mole?
Eu marco, eu meço,
eu mato, eu morro,
É mole?
Eu malho, eu minto
Eu mostro a marca
É mole?
Eu meigo, eu mago
Eu mais ou menos
É mole?

Eu molho o olho
o pranto, eu colho.
Eu, mole.