domingo, novembro 25, 2012

Para Ver Teu Nome

Como um encantador de serpentes
Toco a flauta do enigma
Para ver teu nome surgir diante dos meus olhos
Vens e, contigo, as cores inauditas
Teus sons se arranjam em minha boca
E pronuncio, também, os silêncios que trazes
                                     [junto aos teus gestos
É o que escondes e que não traduzo
- por paixão e displicência -
Que nos envolve em circunstâncias impronunciáveis.

E logo chega o tempo em que irás num adeus
                                                             [silencioso.
Te aceno - escuro velando nossos perímetros
E me consolo junto ao mar:
Relembro versos amigos
Areia dispersa na ampulheta dos meus tempos
E sinto, marulhando nos meus olhos
As tuas ondas que se encerram em mim.

Mas será tarde, creia, quando,
Enrolada em noite de estrelas,
Apressarás teus passos para suprimir o futuro.
Terei escondido teus significados
Em uma caixa de pandora qualquer
Devotando, assim, à tua sagrada ausência
Algum pequeno, quase breve, suspiro idiossincrático.