ôtro dia mi preguntáro si eu j'andava cansadu di vivê. Tevi épuca que u póbri di mim mi atrasava consumido. Eu ficava sem competênça di querê vivê, tamanhu sufrimentu. O sertão me produz, adispois mi inguliu, adispois mi cuspiu do quinto da boca. Eu fui indurecêno às pressa mas sem nunca perdê a ternura. Inquantu existí us arvorêdo, as floresta viva i selvage, inquantu existí a mão boa pra cuidá du côru da terra cum amô, com alegria, com responsabilidade, eu tô em riba dessa terra, acreditando no futuro desse país. Vambora nóis tudo desse tempo iscuro, ingatinhandu no iscuru. A dor é comu relâmpagu queimandu as ponta di ispinho, assusta a gente no iscuru, mas alumeia, alumeia, alumeia us caminhu...
(Saulo Laranjeira - Zé da Silva)
segunda-feira, agosto 24, 2009
sexta-feira, agosto 07, 2009
sábado, agosto 01, 2009
Fragmentos.
São 6:11h da manhã. Acordei de súbito e não consegui mais dormir. Faz uns vinte minutos. Fiz um café médio e pouco adoçado: minha especialidade. Meus pais saíram. São sempre muito barulhentos ao sair, talvez por isso eu deva ter acordado. São estranhos à mim, as vezes. Adoráveis estranhos. Poderiam ser vizinhos, quem sabe. Dia primeiro de Agosto. Hoje completo um ano de namoro. Há um ano atrás naquele cinema minha vida mudou. Mudará mais. O silêncio na rua é constrangedor. Me esqueço que Cuiabá é ainda uma cidade pequena. Os pássaros ainda cantam e o mercado municipal está lotado: pessoas procuram por peixes, frutos e raízes. O dia já nasce entediado. Seleciono músicas de uma banda que não consigo parar de ouvir. O cheiro do café, da vida nova, do dia primeiro de Agosto. Lembranças. Me perco dentro de mim mesmo. Me confundo com coisas que sou e que gostaria de ser. Sou o sed non satiato. E a xícara de café realça o negrume do vício.
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