Meu amor rasgou-me os olhos
Jorrou sangue e soro
Brotou uma flor de maracujá
que deu sono e um tanto de esperança
Amor meu 'rancou-me os lábios
e agora desbocado
(xingo a província)
vou por aí, cosmopolita e trágico
O amor me esfaqueou
Me encheu de furos pelo peito
costas garganta estômago costelas
mas deixou livre o coração
Agora agonizo um bolero descompassado
Assisto uns enlatados
E guardo muito bem guardada a faca no coldre da
poesia
Agora o amor me deve uns contos
uma internação na santa casa
e - pra você ver - me deve abrigo.
3 comentários:
e pense só você o que seria do amor se tivesse que dar abrigo a todos que ele deve.
Viceralmente ótimo!
Quantos quartos será que o amor tem? Não tem abrigo nem pra si.. Amor vadio e vagabundo
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