embora já não haja em mim
a disposição existencial
para os adornos da poesia
e mesmo não trazendo na algibeira
[o contentamento com a vida
o reflexo do tempo no espelho cotidiano
revela uma face confiante
não sabendo quem sou
mas aberto ao beijo do mistério
posso caminhar
com passo desritmado
sobre a linha do ser-no-espaço
- eu gasto saliva tentando explicar
as cores do dia
os sons das vontades
participo feito bicho
com meus urros e anseios
da repetição do mundo...
...e as palavras, meu deus,
reluzindo o silêncio
das coisas
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