Quando nasci, anjo nenhum apareceu:
O safado veio dar as caras vinte anos depois.
Pediu desculpas, disse que estava resolvendo
Assuntos burocráticos
E me ofereceu um cigarro.
Fomos tomar café
O anjo e eu
E conversamos sobre os problemas da vida moderna.
Falei que precisava tomar o ônibus
Nos cumprimentamos
E, antes que esquecesse, o cara me disse:
- Ei, Renan, vai ser guache na vida.
Não sei o que isso quer dizer
Mas guardei bem essas palavras
Para os dias
Em que a angústia me beija.
Um comentário:
Bela poesia.
Postar um comentário