quarta-feira, agosto 29, 2012

Balada

porque sou insistentemente humano
é que te beijo à face
e que cinjo meu ouvido à tua boca
calada
manifestando o estado das coisas
que não se anunciam

por ser tão humano
costuro minha vontade aos seus modos
descalço as luvas da dúvida
e aguardo que fales sem pressa
sobre as cores da solidão

mas não me cantas
e qualquer coisa de ti
está submetida nas palavras
que não dizes
pensas

não são teus
estes versos
por isso os canto
e sonho teus nomes
nas cores embaçadas da
imaginação

nota
vejo ao longe a cavalgada
das ondas
de encontro às encostas

já sei
incerto de mim
onde te guardas da beleza

e segredo um sorriso presto
pois
há em mim
também
a mancha da delicadeza

2 comentários:

Alle Rodrigues disse...

Sabe Nan... quando leio poemas assim... às vezes sou levada pelas palavras... pela sensação da poesia em si... de vez em quando me dou conta... que nem penso mais nos verso que leio... que pronuncio.. só os sinto...
*-*

Anônimo disse...

Essa comunicação que diz sem dizer talvez seja a mais verdadeira, a menos corrompida.
Belo poema!

p.s.: puxa, devo confessar q eu sempre venho te ler, mas esse negócio aqui embaixo onde eu tenho que provar que não sou um robô já me fez desistir de comentar uma porção de vezes. Devo ter algum problema, pois nunca consigo acertar o que tá escrito. Passo uma raiva aqui que vc não imagina... hahahaha.