quarta-feira, julho 25, 2012

Três Poemas De Amor Face Ao Desencontro

Tenho um verso de amor
 Entalado na garganta.
Engulo seco sempre
Que a língua pronuncia
Um sentimento escondido.
Minha vida sinuosa rasga
Campos e nuvens:
São nossos corpos tão separados
Pelo desejo abafado pelo
Desencontro.
Tenho um verso de amor
Em vias de acontecer.

*

Já é noite e você ainda não escuta meus passos
Já um adeus está ensaiado em nossos gestos
Olha – te peço em segredo
Vê como se antecipam minhas palavras
Em direção às suas?
Vou longe quando descubro teus pensamentos
Céleres me convidam para nossa última dança
Mas eu não estou
Parti junto com os resquícios do horizonte
Te vejo ainda, nas árvores e no silvo do vento
É tua face que procuro junto às estrelas e luas
Mas você não está
Tomamos rumos diferentes
Enquanto a vida
Transpunha seus modos
No dia nodoso
E éramos díspares, cúmplices, sós.

*
Quando ouvires minha voz
Saberás que o som ecoa no
Nosso universo
Vácuo em si mesmo e paciente
- Um objeto esquecido sobre o aparador
Dos nossos olhares.

Quando ouvires minha voz
Será como um beijo no tempo que não tivemos.

4 comentários:

Manuela Errera disse...

Magníficos! Poderia ler por uma tarde inteira.

Alle Rodrigues disse...

Como é gostoso ler teus versos Nan!

Livia Petit disse...

morro ctg... amei!

Unknown disse...

incrível...