domingo, abril 22, 2012

Domingo

Levo dentro de mim o cheiro de domingo:
o aroma dos descansos,
do nascer da manhã tênue,
dos jardins indiscretos,
das missas matinais,
da preparação do almoço.
A fragrância dominical 
me acompanha no meu íntimo
e me embala num sonho profundo,
quase misericordioso.
O doce perfume das flores brandas,
no colo do tempo,
se aconchega nos meus sentidos.
Eu canto e caminho a passos largos
e penso naqueles que trabalham.
As rendas de perfumes que adornam
meu disforme cotidiano 
me pedem calma:
logo haverá vida nova 
brincando nas vias circulatórias.

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